23 de abril de 2015

FORTALEZA: RECRUTA MORRE APÓS PASSAR MAL EM TREINAMENTO DO EXÉRCITO.

Um recruta do Exército Brasileiro (EB), de 18 anos, morreu após passar mal em treino realizado em Maranguape, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O jovem chegou a ficar dois dias internado no Hospital Militar.
Conforme relatos de amigos, Francisco Igor Vieira Alves teria se queixado de mal-estar e dores no corpo logo após a realização das atividades em um acampamento militar. O jovem, que morava na Caucaia, na RMF, cumpria serviço obrigatório.
De acordo com o Exército, o treinamento teve início no último dia 6 e encerrou no dia 10. Os recrutas foram levados ao Distrito de Penedo, em Maranguape, região de mata densa que é costumeiramente utilizada pelos militares para a realização de atividades e treinamentos.

Conforme relatos de amigos de Igor, o jovem teria sido submetido junto aos outros membros do pelotão a uma marcha com distância de 8 a 12 km, carregando uma mochila e equipamentos nas costas. Durante a caminhada, o recruta teria reclamado de mal-estar, tendo sido encaminhado ao Departamento Médico do Exército no local, que o liberou para retornar às atividades.

Ainda de acordo com o relato de pessoas próximas ao recruta, ele teria dito que também reclamou em outras ocasiões de desconforto físico.

O grupo militar retornou a Fortaleza em 10 de abril. Quando guardava os equipamentos no 23º Batalhão de Caçadores (23 BC), Igor teve outro mal-estar e foi socorrido ao Hospital.

Na unidade, ficou internado sob observação, tendo sido levado à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Na tarde de 13 de abril, uma semana após o início das atividades em Penedo, Igor teve seu quadro clínico agravado. Ele não resistiu e morreu.

Segundo a família do jovem recruta morto, uma das suspeitas é que Igor tenha contraído a síndrome conhecida como Rabdomiólise, em que há degeneração muscular e insuficiência renal no paciente (ver quadro). Os parentes dizem aguardar o resultado do laudo, cuja promessa foi de 70 dias após a morte, para entenderem o que de fato aconteceu com Igor.

Liberado

O Exército garante que forneceu todo o suporte necessário ao jovem tanto durante a estadia em Maranguape quanto após a emergência médica por ocasião do mal-estar no 23 BC. "Ele apresentou melhora e a equipe médica percebeu que o recruta tinha condições de continuar nas atividades", disse o Exército, por meio da Assessoria de Imprensa da 10ª Região Militar.

Conforme os militares, o laudo médico com a causa da morte do recruta ainda não foi finalizado. "Uma sindicância foi aberta para apurar o que aconteceu no acampamento e, juntamente com o resultado do laudo, chegar a uma resposta definitiva".

Ainda através da Assessoria de Imprensa, o Exército Brasileiro explicou que as atividades físicas são as mesmas nos Batalhões espalhados em todo o País.

"O treinamento é gradual e estava compatível com o que o recruta já vinha vivenciando dentro do quartel. A marcha é uma atividade de rotina, prevista no Manual de Instrução e acontece em todo o Exército", frisou.

O EB ressaltou que também tem acompanhado o momento junto à família do jovem. "A família está sendo assistida. Todos os integrantes do Exército Brasileiro estão consternados com a perda trágica de um jovem no exercício do dever. É algo irreparável", afirmou.

Controvérsia

Amigos de Igor afirmam que o jovem teria morrido de Rabdomiólise. O Exército, porém, diz que não é possível afirmar que Igor tenha contraído a síndrome. "Aguardamos os laudos para podermos indicar com segurança qual a real causa da morte do recruta", informou.

No último dia 12, em matéria publicada no caderno Vida, do Diário do Nordeste, o especialista em medicina esportiva, Dr. Marcus Vinicius Strozberg, alertou para o fato que a sobrecarga de exercícios físicos pode desenvolver uma série de problemas.


"A grande questão é que, quando não há o repouso suficiente, a resposta do organismo fica ruim, pois o organismo não compensou. Então, o que acontece é que ele treina novamente e exige mais do físico. Numa situação de overtraining, tudo começa a piorar. A massa muscular e a velocidade de resposta, em vez de aumentar, diminuem e a pessoa treina ainda mais para melhorar a performance e ocorre o contrário, piora", justifica.

Fonte: DN

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